É fato que as fontes desempenham um papel que vai além da transmissão de conteúdo. Neste artigo, analisamos as fontes como elementos que transmitem mensagens que influenciam a percepção visual do seu escritório
Dentre os muitos elementos que compõem a identidade visual de uma empresa, a tipografia é um dos que podem passar despercebido. “Tipografia” é como nos referimos aos estudos dedicados ao tipo (também conhecido como “fonte”) e sua criação, aplicação, estilos, formatação e organização dos arranjos visuais. Neste artigo, vamos apresentar as características mais marcantes das fontes e suas particularidades com uma perspectiva técnica tipográfica. Por fim, explicaremos como suas diversas aplicações podem fazer a diferença no contexto do universo de uma marca, principalmente quando pensamos no mercado jurídico.
Os quatro principais tipos básicos de fontes
A maior parte das fontes podem ser classificadas a partir da presença ou ausência de serifas, que são as pequenas “hastes” nas extremidades das letras. Além destas, há fontes que preservam o aspecto rústico da escrita manual, como o estilo “script”, ou que contêm também formas únicas e chamativas, como as fontes “display”.
Dentro do guarda-chuva de serifadas e não-serifadas, existem ainda subclassificações de fontes de acordo com o período histórico, mas que não nos aprofundaremos neste artigo.
Serifadas
Fontes com serifas são agradáveis aos olhos e confortáveis para leitura em impressos como revistas, jornais e livros. Estes tipos de fontes são conhecidas por sua legibilidade em textos longos, quando falamos de mídias impressas. A noção mais antiga de serifa teve origem na Itália há centenas de anos, com o processo manual de talhar as letras nas pedras, que ao ser aprimorado com o passar dos séculos, transformou-se na serifa que conhecemos hoje.
Se a sua identidade visual utiliza estes tipos históricos, ela expressa: tradição, elegância, formalidade e conforto.
Não-serifadas
Este é o tipo de fonte mais utilizado atualmente. Suas formas geralmente transmitem racionalidade e versatilidade, características-chave que ressoam com a modernidade. As fontes sem serifa estão presentes em sinalizações, títulos e textos curtos em impressos. No entanto, devido à simplicidade de suas formas, que proporciona alta legibilidade em telas, a maior aplicabilidade das não-serifadas é no meio digital.
Se a sua identidade visual utiliza estes tipos modernos, ela expressa: objetividade, minimalismo, simplicidade e simetria.
Script
Fontes “Script” simulam a caligrafia manual, preservando as texturas e ranhuras da ferramenta original de escrita, como a caneta caligráfica ou pincel. São muito aplicadas em marcas de restaurantes, convites para festas e eventos formais que necessitam de uma abordagem orgânica e pessoal, similar à sensação transmitida por uma carta Por conta da baixa legibilidade e aspecto antiquado, estas fontes não são adequadas para marcas do meio jurídico.
Se a sua identidade visual utiliza estes tipos artísticos e cursivos, ela expressa: requinte, familiaridade, proximidade e espontaneidade.
Display (Decorativas)
Por conter uma variedade de estilizações, detalhes, elementos temáticos, enfeites e formas que atribuem personalidade às letras, as fontes display possuem menor legibilidade em textos longos, quando comparadas aos outros tipos de fontes. São muito utilizadas em marcas focadas no público jovem e em materiais onde é interessante manter um clima despojado e casual.
Se a sua identidade visual utiliza estas fontes, elas expressam: criatividade, descontração, dinamismo e individualidade.
Com tantas possibilidades de aplicação, isto significa que as fontes devem ser criteriosamente selecionadas durante o processo de Branding. Podemos considerar o estudo tipográfico como um dos elementos mais relevantes na criação de uma identidade visual.
A união de certos estilos de fontes comunica mensagens e sentimentos específicos em determinados contextos. Portanto, é preciso refletir se a mensagem expressa pelas tipografias selecionadas para uma identidade visual são conceitualmente adequadas. Além de seu aspecto visual em geral, é muito importante verificar como elas se comportam no meio digital e impresso, com foco especial em sua legibilidade.
Ainda acerca destas questões, já pensou se as fontes da marca do seu escritório condizem com seu propósito e valores? Por exemplo, uma fonte com formas rústicas pode ser interessante para expressar a informalidade de uma marca de roupas casuais, mas não para transmitir o profissionalismo de um escritório de advocacia.
Para concluir, relembramos que a combinação harmônica de uma tipografia adequada, uma marca bem construída, uma paleta de cores e tom de voz coerentes fazem toda a diferença na imagem que o seu escritório comunica não somente aos clientes, como também aos colaboradores.