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Legal Design e linguagem simplificada

por

Rabech Oliveira

14/11/23

Artigos

"A junção do Legal Design e da linguagem simplificada provoca no receptor a melhor forma de consumir conteúdo, uma vez que está relacionando o princípio técnico a acessibilidade da linguagem, tornando tudo mais compreensível para aquele que está lendo, independente do seu nível educacional ou área de formação".

- Rabech Oliveira

Como interlocutores, é importante termos clareza na hora de mandar a mensagem para quem a recebe e não deixar que má-interpretações ao logo do caminho, seja pelo idioma, seja pelos termos usados durante a comunicação. Inteligência linguística também vale aqui.

No mundo jurídico a atenção precisa ser redobrada. Com o objetivo de tornar acessível a comunicação jurídica, a Diretora Executiva do Legal Design Lab da Universidade de Stanford, Margaret Hagan, introduziu o Legal Design. “Law by design é uma lente que coloca o foco da lei na inovação, teste e construção de sistemas que atendam às necessidades das pessoas envolvidas neles”, explica Margaret.

Diferença entre Legal Design e linguagem simplificada

O Legal Design trata-se de uma abordagem utilizada nos meios jurídicos. Essa estratégia é muito útil, principalmente quando é necessário comunicar de uma maneira mais interessante e acessível. Para Hagan, o termo tem como objetivo tornar produtos e serviços jurídicos mais simples, focados na solução dos clientes.

Quando falamos apenas de linguagem simples, o objetivo é aperfeiçoar a linguagem, eliminando palavras difíceis e tecnicismos sem que o texto perca sua essência e concisão.

Unindo o útil ao agradável

A junção do Legal Design e da linguagem simplificada provoca no receptor a melhor forma de consumir conteúdo, uma vez que está relacionando o princípio técnico a acessibilidade da linguagem, tornando tudo mais compreensível para aquele que está lendo, independente do seu nível educacional ou área de formação.

Os benefícios da junção de ambos são diversos, principalmente para os leigos, uma vez que passa a ser acessível o entendimento sobre leis, segurança pública, etc.

Por exemplo, um senhor idoso com baixa escolaridade se depara com uma informação importante sobre novas normas trabalhistas, na qual poderá impactar sua rotina, mas há muitos termos difíceis de se entender. Quando se usa o Legal Design – sem abrir mão da precisão técnica – e a linguagem simplificada, fica muito mais fácil para aquele cidadão receber a informação.

A experiência de quem lê

A produção de conteúdo que é capaz de atingir todos os públicos de forma simples e clara é um desafio, mas pode ser aplicada em muitos aspectos do mundo jurídico, seja nos conteúdos para redes sociais, artigos, materiais gráfico ou vídeos institucionais.

É indispensável pensar inicialmente na experiência de quem está consumindo o conteúdo compartilhado; é dessa forma que é possível redesenhar a linguagem jurídica e propor alternativas mais humanizadas, acessíveis e eficientes para obtermos uma sociedade mais justa, na qual todos são capazes de obter a mesma informação de forma democrática