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Imprensa no âmbito jurídico: uma ferramenta poderosa

por

Isabel Marinho

01/06/22

Artigos

"Hoje, é fundamental que advogados(as) e escritórios de advocacia apareçam na mídia. Aparecer significa ser notado por uma audiência e, consecutivamente, atrair clientes."

- Isabel Marinho

Imprensa é o nome dado a um conjunto de ferramentas e veículos de comunicação que tem como objetivo informar e exercer o Jornalismo. Em outras palavras, é responsável por disseminar conteúdos relevantes e de interesse público.

“Informação é poder” não é uma frase qualquer, ela foi utilizada no filme “Piratas do Vale do Silício”, mas muitas figuras marcantes da história sabiam disso antes mesmo dessa produção audiovisual ser uma ideia na cabeça de seu criador.

Não é à toa que Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda e da Informação Pública da Alemanha Nazista, disse que “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. A mídia tem o poder de disseminar e influenciar. Com ela, governos ganharam força, outros chegaram ao fim, pessoas lutaram e também morreram.

Com tamanho potencial de convencimento, muitos foram aqueles que tentaram cercear a imprensa em prol de interesses individuais. Isso pode ser visto com a história da imprensa no Brasil, onde ela só passou a existir oficialmente em 1808 porque era conveniente a família real ter um porta-voz, um periódico com conteúdo oficial e notícias da Europa, quando chegou ao país.

Hoje, é fundamental que advogados(as) e escritórios de advocacia apareçam na mídia. Aparecer significa ser notado por uma audiência e, consecutivamente, atrair clientes. Para isso, muitas são as estratégias utilizadas com auxílio de marketing e assessoria de imprensa e não há nada de errado em querer ter sua voz amplificada, porém existem limites, principalmente éticos, que precisam ser colocados em pauta.

Da mesma maneira que a mídia pode fazer com que um escritório de advocacia fique conhecido, tenha credibilidade e, consecutivamente, muitos clientes, ela também pode ser uma ferramenta perigosa.

A partir do momento em que se divulga informações ou ações que não condizem com a realidade do escritório, corre-se o risco de uma crise, principalmente, de imagem. Parecer correto não é ser correto. Parecer empático não é ser empático. Sendo assim, não promova eventos que não se enquadram com os propósitos do escritório e as atitudes daqueles que o formam. Com as redes sociais, torna-se muito mais fácil descobrir quando uma ação é feita verdadeiramente em prol de uma comunidade e quando só é feita para soar legal. Isso vai de encontro aos princípios éticos da advocacia e da imprensa, então não tente enganar ninguém.

Outro ponto que deve ser destacado é o posicionamento adotado perante um veículo de comunicação. Ao mesmo tempo que estar bem-preparado para discorrer sobre um assunto pode ser benéfico, falas ambíguas, errôneas ou posicionamentos polêmicos podem prejudicar tanto a pessoa em questão, quanto o escritório a qual ela faz parte. O cuidado com a postura, desde a forma de se vestir até a forma de falar, é imprescindível para gerar conexão e credibilidade.

Vale lembrar que não é permitido pela OAB fazer propaganda, portanto, um advogado deve aparecer na mídia para gerar conteúdo de valor, de cunho informativo, enquanto o veículo midiático em questão deve ter o bom senso de publicar aquilo que for de interesse público, tenha relevância e apresente a verdade, independente de quem sejam seus patrocinadores.